PROFº YURI RAFAEL DOS SANTOS FRANCO|18 de Junho de 2022
Esse termo vem ganhando destaque em grande parte do meio clínico e acadêmico da fisioterapia, certo? Entendemos que todo o paciente tem suas queixas e que essas queixas podem ter realmente uma questão biológica levando ao desarranjo do BIOlógico e que esses sintomas eles podem ser origem tecidual ou de algum desequilíbrio no PSICOlógico desse paciente, que vai gerar aumento dos sintomas ou da duração desses sintomas, tendo em vista o nível de estresse, depressão ou outras condições nesses aspectos que estão acompanhadas. Porém, o SOCIAL, onde que fica nesse caso?
Trago aqui um exemplo simples, certeza que alguma vez você já foi ao cinema com alguém e ao saírem as impressões sobre o filme foram totalmente divergentes. Mas como assim? Controlamos o ambiente (cimena), a intervenção (filme), o tempo (mesma sessão) e mesmo assim ainda divergiram? Pois bem, isso também acontece no meio clínico, também, e é aí que a mágica do SOCIAL pode influenciar nos desfechos finais (impressão do filme). Condições simples de como foi a chegada ao cinema, a temperatura do ar-condicionado da sala, tiveram algum problema na hora comprar os ingressos? Todos esses pontos são confundidores do meio que influenciam no desfecho final em gostar ou não do filme. Já pensou nisso com o seu paciente?
Sendo assim, a experiência do cliente, que para nós é nosso paciente, vai modificar o comportamento. Com isso, será que estamos investindo na experiência dos nossos pacientes? E aí podemos pensar em diversos fatores, desde a hora que ele chega em nosso consultório/clínica, passando até ao contexto de técnicas empregadas. E aqui pode ser uma grande cilada nossa, pois muitas vezes pensamos somente na experiência visual do nosso paciente e investimos em tecnologias e afins, e o investimento real que seria as técnicas para realmente melhorar o desfecho clínico fica perdido.
Pensando nesse contexto, talvez o social venha para ganhar ainda mais espaço no contexto clínico como sendo um dos marcadores até mesmo para replicarmos determinadas situações em ambientes diferentes, como exemplo, Brasil versus EUA. Eu como pesquisador tenho um estudo que traz um pouco dessa reflexão, pois um dos estudos do meu mestrado, foi justamente fatores que influenciavam na evolução dos exercícios do pacientes com o Pilates e um deles foi educação, ou seja, um fator social que influi no desfecho clínico, pois maiores evoluções nos exercícios tendiam melhores valores clínicos de pacientes com dor lombar crônica.
Então, a dica é lembrar que esse fatores eles podem ser influenciadores de desfecho, que o foco principal as vezes é dado somente no componente de estrutrura, mas o social é muito maior que recebe influencia desde o ambiente passando até condições de políticas públicas e que isso pode ser um foco para melhorarmos nossas tomadas de decisões.
Fala galera do Blog do FisioemOrtopedia, espero que todos estejam bem! Estamos de volta com os nossos textos. Focados em trazer algumas reflexões pautados em nossos podcasts. Hoje, iniciaremos com o episódio 72, onde nossos hosts receberam em a Dra. Alessandra Narciso, grande pesquisadora brasileira que está, atualmente trabalhando na Duke University.
PROFº YURI RAFAEL DOS SANTOS FRANCO
Fisioterapeuta, especialista em Fisioterapia Musculoesquelética pela Santa Casa de São Paulo, mestre e doutor em Fisioterapia pela Universidade Cidade de São Paulo.