PROFº YURI FRANCO|23 de Abril de 2021
Vamos imaginar uma criança com seus 7 anos, com sua bicicleta nova, louco para usar seu novo meio de transporte. O pai chama essa criança e diz, vai na padaria compra um real de pão (naquela época cada pão custava R$ 0,05), porém ele dá em sua mão uma nota de cinco reais. A padaria ficava uns cinco quarteirões de distância, essa criança sai louca na sua bicicleta nova, porém demora quase uma hora para voltar e quando volta ela ta com cerca de 10 sacolas de pão pendurada em tudo que é sobra de espaço da bicicleta e o pai já preocupado na porta de casa quando ver a cena começa a rir e faz uma pergunta já sabendo a resposta: Cadê o troco?
Pois bem, essa história é real e aconteceu comigo. Fui um cara que cai na maldição do conhecimento do meu pai. Primeira vez indo comprar pão sozinho e a primeira experiência em lidar com dinheiro... quem sabia que existia a possibilidade de troco? E com esse relato bisonho trago a reflexão que me baseei no episódio #011 do Podcast Nota 6 do Mauro Fantini que ouvi enquanto estava na academia e me fez refletir em vários momentos da nossa vida, seja ela acadêmica, clínica e até mesmo no cotidiano.
Quem nunca teve aquela aula que você sabia que era importante demais, porém não entendeu nada por conta da falta de tato do professor em falar de maneira mais “fácil” e você sai daquela aula desesperado vai na monitoria e o monitor te explica de uma forma totalmente clara e direta. Essa forma de apresentar o mesmo conteúdo de maneira mais fácil se dá porque o monitor ele ainda tem em mente o que é não saber aquele assunto. E quantas vezes nós, como clínicos, fizemos aquela explicação para nosso paciente e quando percebemos ele está com uma cara de espanto, sem saber se o que ele tem é fácil de tratar ou tem apenas mais dois dias de vida e na verdade ele tem apenas uma artrose de joelho.
E para quebrar essa maldição não é nada fácil, também. Nesse ponto precisamos abrir muito nosso repertório de fala e improvisação para conseguir chegar ao entendimento de todos que estão ali. Talvez essa seja a beleza da comunicação e para que isso tudo aconteça a palavra que devemos ter em mente é a EMPATIA. Sim, clichê nos tempos atuais, mas se colocar no lugar do outro vai tornar o caminho mais fácil. Como é não saber? Tendo essa pergunta sempre em mente a comunicação vai ser mais clara e os resultados mais prazerosos.