Dor Crônica: a série - Parte I

PROFº YURI RAFAEL DOS SANTOS FRANCO|23 de Junho de 2021

A dor talvez seja a principal razão de procura a serviços médicos, especialmente as que tem características crônicas com as osteoartrites, dores lombares e dor de cabeça. De acordo com alguns estudos cerca de 30% da população sofre com dores crônicas. E diferente do que se pensa que a dor crônica é similar para quem é portador, alguns estudos mostram que mulheres, pessoas de classe de renda mais baixa e que morar em zona rural, são mais acometidos por essa condição. De acordo com alguns estudos cerca de 30% da população sofre com dores crônicas, com isso muitos custos são gerados, com valor variando entre 560 a 635 bilhões de dólares por ano, com despesas médicas e perda de produtividade.

Pensando que essas condições é algo de extrema importância a série da The Lancet é uma bela revisão sobre os principais pontos e cuidados, especialmente para pessoas que não são da área. Nesse primeiro artigo da série o foco deles está voltado para trazer luz sobre o que é a dor em seus diferentes aspectos de agudo e crônico, passando pelo desfecho biopsicossocial e como ele interfere diretamente no enfrentamento e na evolução das dores em diferentes cenários.

Em um segundo cenário dessa condição, podemos ver a classificação da dor nos conceitos mais atuais de nociceptiva, neuropática e nociplastica, trazendo uma tabela que diferencia a caracterização de cada uma delas como causa, mecanismos, descrição entre outros fatores de diferenciação entre os tipos de dor de maneira bem direta e fácil.

Para mim o ponto alto desse artigo está na parte em que a The Lancet traz um guia das melhores práticas para manejo da dor, e sumariza essa primeira etapa em um quadro. Nessa parte do trabalho os autores tiveram o cuidado de trazer evidências científicas que embasa a utilização de exercícios e psicoterapia, fármacos não-esteróides, opioides e seus riscos, chegando nos tratamentos não-cirúrgicos e os cirúrgicos e por fim as terapias integrativas. O que chama a atenção nessa sessão é quadro mostrando as intenvenções que podem ser utilizadas, a evidência, como que ela é feita, resultados e as limitações dos estudos.

Por fim uma sessão que traz apontamentos futuros, que podem ajudar não somente ao paciente a entender o que pode vir pela frente, mas ajuda aos clínicos a visualizar o que está sendo pesquisado e quais os desfechos que vem com força nesse cenário.

PROFº YURI RAFAEL DOS SANTOS FRANCO

Fisioterapeuta, especialista em Fisioterapia Musculoesquelética pela Santa Casa de São Paulo, mestre e doutor em Fisioterapia pela Universidade Cidade de São Paulo.