PBE: Deve ser imposição?

PROFº YURI FRANCO|09 de Abril de 2021

Fala Blog do Fisio em Ortopedia, espero que todos estejam bem!

Na sequência das últimas postagens sobre a dificuldade da implementação da prática baseada em evidências no contexto clínico. Já falamos que ainda existe esse abismo da ciência com a clínica e que uma saída talvez pudesse ser facilitar esse entendimento e abordar o sujeito na sua formação. Vasculhando a internet achei um texto do professor Luis Correia do blog medicina baseada em evidência, que fala que não pode haver imposição para a implementação da PBE.

O imposto nunca é bem aceito, mesmo que pautado nas melhores evidências. Mas, e nos casos que a evidência mostra um efeito deletério no paciente, não caberia uma proibição? Esse ponto é de extrema importância pois as evidências elas podem trazer papeis reguladores, porém a Prática Baseada em Evidência é um constructo muito maior do que apenas uma condição reguladora do que é para ser feito ou não. Ela tem um papel educador de extrema importância que é o ambiente cognitivo do terapeuta.

Sabemos que o ambiente clínico está escorado em duas grandes condições. A primeira é a técnica que, essa sim, deve ser respaldada por regulamentações, sejam elas sanitárias, segurança e afins. Contudo, a segunda porção fica pelo componente intrínseco do terapeuta, que ainda é o mais importante. E nesse ponto não temos o direito de intervir diretamente pois estaríamos interferindo no ato de pensar ou formular suas teorias. E aí voltamos para onde a PBE deveria ter seu papel ainda mais abrilhantado, que nada mais é do que gerar um ambiente de educação e trazer a beleza da ciência, que é a imprecisão.

Talvez pensem que esteja querendo desacreditar a PBE, isso jamais seria minha intenção! Pelo contrário quero trazer aqui a reflexão para todos nós que a PBE não é apenas o artigo em si, mas existem outras vertentes dentro dessa condição maior. O foco deve ser em ensinar essa condição para que a gente não precise mais intervir de forma tão contundente em falar o que pode ser feito ou não pode ser feito. Novamente, precisamos melhorar ainda mais essa conexão entre ciência e clínica.

Por mais fisioterapeutas científicos! Isso mesmo, científicos e não apenas cientistas! Toda a comunidade irá agradecer quando não houver mais polarizações e o melhor meio para isso está na educação direcionada e vinda da base.