PROFº YURI FRANCO|19 de Abril de 2021
Olá blog do FisioemOrtopedia, espero que todos estejam bem!
Hoje nossa segunda das novidades, eu trago aqui hoje um evento bem legal que é o I Congresso Brasileiros de Escoliose. Mais um evento on-line, com participação de palestrantes nacionais e internacionais. Esse evento vai ocorrer entre os dias 25 e 27 de junho de 2021, está logo aí! Trataremos mais novidades em breve sobre esse evento.
Hoje vamos fazer algo diferente, que é um feedback dos eventos que estão acontecendo pelo mundo. O primeiro depoimento é Lívia Fernandes, que é fisioterapeuta (UFSCar)e aluna do programa de mestrado em fisioterapia da UNICID, com ênfase nas áreas de telerreabilitação, letramento em saúde, e ciência da implementação. Além disso, tem grande experiência na atuação em contextos humanitários com a organização Médicos sem Fronteiras. Ela participou apresentando de forma oral no WCPT. Esse ano o congresso mundial de fisioterapia aconteceu de forma on-line. Fala aí sua experiência, Lívia!
É possível participar de um congresso de forma inteiramente online e sair com um misto entre as seguintes sensações: “o caminho que escolhi faz sentido”, “reacendi meu encanto pela Fisioterapia”, e “as pessoas pesquisam coisas muito malucas e incríveis”. Foi assim que me senti após 3 dias participando das palestras síncronas oferecidas pelo WCPT.
Dentre as diversas temáticas abordadas, a esfera humanitária recebeu foco especial. Quando me refiro ao “humanitário”, entende-se que englobo refugiados, migrantes, vítimas de violência e tortura, populações de países em contextos de conflito, e cenários de ausência total de sistemas de saúde (e completa desassistência à população). No entanto, as discussões no WCPT foram um pouco além. O “humanitário” foi abordado de forma a romper com a ideia de caridade e buscou reforçar a necessidade de tomada de consciência, de reparação, e de adoção de novos paradigmas dentro da nossa profissão. Como fisioterapeutas, implementamos medidas que contribuem com a equidade e inclusão dos nossos pacientes? Sabemos lidar com a diversidade nos nossos atendimentos? Temos consciência do nosso lugar de fala e dos nossos privilégios ao interagirmos com o outro, seja ele paciente ou outro profissional? Nossos planos de reabilitação são centrados no indivíduo ou consolidamos a hierarquia do conhecimento sobre saúde porque acreditamos que “sabemos o que é o melhor para a saúde do nosso paciente”? Educamos ou convencemos?
As temáticas abordadas no WCPT são o reflexo de eventos que repercutiram mundialmente, sobretudo após o início da pandemia do COVID-19: acesso, justiça, educação, representatividade, mudanças climáticas. Discutir sobre estes pontos dentro da nossa profissão pode ser extremamente desconfortável porque exige auto-análise e, invariavelmente, mudanças. No entanto, são discussões necessárias – e urgentes.
É isso pessoal, demais, né? Imagina a quebra de paradigma sobre as temáticas de saúde em um congresso específico da fisioterapia. Lívia muito obrigado pela sua disponibilidade e atenção em passar sua vivência!