Somos especialistas, realmente?

PROFº YURI FRANCO|21 de Maio de 2021

Depois de uma aula nessa semana, ficamos com essa pergunta em aberto. O que seria um especialista? Pela definição do dicionário é o indivíduo que se dedica com grande interesse e profundidade a determinado campo do saber e/ou a determinada ocupação, profissão e afins.

O termo especialista nos dá uma certa autoridade perante a sociedade, entendam como os nossos pacientes. De certa forma a segurança de você estar sendo cuidado por um especialista traz muito mais conforto, concordam? Porém, o ponto é... será que fazer somente aquela especialização lato-sensu nos torna reais especialistas? Ou ainda mais profundo, será que a especialidade em traumato-ortopedia ou esportiva, nos torna gabaritados para toda essa área?

Trago essa reflexão, pois quantos de nós temos propriedade e segurança para atender qualquer caso que chegue na temática da fisioterapia ortopédica? Falo por mim, punho e mão é algo que eu não domino quase nada, mas minha especialidade abrange esse tipo de condição e aí, o que considerar?

Temos vivido a era da especialização extrema, onde deixamos de pensar na especialidade regida pelos conselhos e viramos especialistas em técnicas específicas! E isso a ciência reforça cada vez mais, pois entender bem estruturas e mecanismos de determinar afecção é importante, mas o foco em uma única forma de tratar parece não ter grande valia e que retomar ao macro parece mostrar uma saída mais clara e coesa, até porque o sistema tem sua complexidade e focar em apenas um fator não vai gerar os resultados.

Então, você quer dizer que não precisamos de especialização? Não é isso, apenas deixo a reflexão que o nome especialista é muito genérico e ambíguo e que precisamos sim nos aprofundar, porém o contexto geral não pode ser esquecido. Ou seja, o especialista existe, mas muitas vezes é muito além de um certificado, tem mais relação com o experimentar as diversidades das condições que se mostram para nós.